Em 1990, o Fiat Uno já era um carro consolidado no mercado brasileiro. Lançado em agosto de 1984, o modelo foi o maior responsável pelo crescimento da marca no país. Nessa época, a gama estava completa (havia o sedã Prêmio e a perua Elba) e o carrinho contava com versões equipadas com motores 1.3, 1.5 e 1.6.
Porém, em agosto do mesmo ano, o então presidente Fernando Collor e a ministra Zélia Cardoso de Mello anunciaram uma inédita redução tributária para modelos com motor de 800 a 1.000 cm³, o que criaria um segmento que chegou a representar mais de 60% do mercado. A Fiat respondia de forma muito rápida e, em apenas 60 dias, fazia a apresentação do Uno Mille.
Tal rapidez se deveu ao fato de que, no inicio de sua trajetória no Brasil, o Uno chegou a ser equipado com o motor Fiasa 1.050 de 52 cv herdado do 147, que foi utilizado por pouco tempo, sendo substituído por um motor 1.3 nas versões de entrada. Com a nova regra tributária, a Fiat tinha uma carta na manga, e tratou de reduzir o curso dos pistões criando uma versão de 994 cm3 do mesmo motor, que passava a ter potência de 48 cv e torque de 7,4 kgfm.